Enquanto a população de Manaus (AM) sofre com o caos da Covid-19 – motivado pelas ações genocidas dos governos Bolsonaro/Mourão, Wilson Lima e Davi Almeida, os(as) trabalhadores(as) das usinas termelétricas Jaraqui e Tambaqui vivem uma situação de total negligência na proteção de sua saúde e da segurança operacional.
Um dos principais problemas apontados pela categoria começa pela própria gestão de SMS. O gerente que está à frente do setor tem sido apontado como um dos principais agentes da situação de abandono das diretrizes corporativas. Começando pelo EPI básico de proteção contra o coronavírus, que é a máscara de proteção respiratória oferecida pela empresa, de qualidade bastante insuficiente e comprada em quantidade absurda.
Confrontada pela informação em reunião com a diretoria do sindicato, a gestão das térmicas afirmou que irá esgotar o lote existente até a aquisição da nova remessa. Ainda sobre a postura do mesmo gerente de SMS, a categoria denuncia postura antiprofissional e dando péssimo exemplo, circulando nas áreas industriais sem sequer trajar o uniforme e calçados adequados.
Ademais destas situações preocupantes, há ainda uma completa falta de gestão adequada das demais medidas de proteção, completamente negligenciadas nos episódios relatados abaixo:
- Está sendo permitido acesso de trabalhadores(as) doentes ou com sintomas de Covid para trabalhos eventuais ou para atender furo de escala de turno com foco na manutenção da produção, a serviço da O&M, com revezamento de operadores entre usinas;
- Falta de presença permanente de profissional de saúde na UTE Jaraqui, com idas esporádicas apenas nos dias de realização de testes;
- Lotação acima do permitido no transporte de empregados próprios e contratados;
- Falta de comunicação entre a gestão das usinas e o “chão de fábrica” sobre as iniciativas de prevenção da Covid e abertura para sugestões de melhoria;
No aspecto da segurança operacional, o Sindipetro denuncia diversas situações irregulares, quais sejam: - Efetivo mínimo insuficiente para operação segura das plantas. Chegamos ao ponto de uma UTE estar sendo mantida em funcionamento com apenas três operadores: um supervisor, um no painel e um em campo;
- Estão sendo ignoradas condições inseguras que podem contribuir para acidentes graves nas caldeiras de geração de vapor das termelétricas. Houve “gambiarras” durante manutenção de NR-13 para retorno, manutenção operacional e restabelecimento da produção. O equipamento foi entregue recentemente pela contratada com aferição/regulagem inadequada ou insegura e desde então opera com falta de alguns produtos químicos. Inspetor de NR-13 da contratada sequer ficou na usina para acompanhar os testes após entrega. O ajuste de regulagem teve que ser feito por um supervisor de manutenção. Para completar o quadro absurdo, os trabalhadores da contratada relataram que estavam trabalhando sem receber seus salários há três meses.
Perante este quadro de calamidade, exigimos: - Implantação de uma comissão mista, com representantes da Segurança Operacional (técnico/a de segurança do trabalho), do setor de Saúde e do sindicato para fiscalização e acompanhamento de ações de SMS, contando com acesso às usinas, mantendo os trabalhos até o fim da pandemia
- Teletrabalho para todos empregados do regime administrativo, incluindo SMS, manutenção, engenharia e suprimentos, com aplicação de escalas de sobreaviso de SMS e Manutenção, para atendimento quando extremamente necessário, por solicitação da operação. E a continuidade da equipe de saúde atendendo nas usinas, para monitoramentos, triagens e testes rápidos e RT-PCR, até o fim da pandemia.
- Reuniões semanais com entre a direção das térmicas e o sindicato para alinhamento de informações e demandas, nos moldes que vem sendo realizado desde o início da pandemia com a EOR da UN-AM.
TERCEIRIZADOS DA GM SERVICE ABANDONADOS COM AVAL DA PETROBRAS
A situação dos(as) companheiros a serviço da GM Service é ainda pior, com os frequentes atrasos mensais no pagamento de seus salários. A contratada também deixa de fornecer materiais adequados para o trabalho. Sequer seus uniformes têm sido repostos – o contrato vai completar um ano com apenas dois macacões para cada, e sem previsão de reposição.
E não para por aí. Recentemente, um dos terceirizados desta empresa foi impedido de realizar uma consulta médica com alegação que seu plano de saúde estava inativo. Porém, mensalmente é descontado o valor do plano em seu contracheque!
É preciso uma atuação firme da gerência do contrato para evitar que os(as) trabalhadores sejam lesados pela atuação de uma empresa deste tipo dentro das instalações do Sistema Petrobras. Somos todos petroleiros e exigimos respeito!