Com o primeiro turno das eleições municipais marcado para o próximo domingo, 15 de novembro, é preciso saber: quem está do lado da categoria petroleira e da população amazônica? Por isso, o Sindipetro PA/AM/MA/AP procurou os candidatos a prefeito das capitais Belém (PA) e Manaus (AM) que ainda não haviam se pronunciado sobre o assunto para saber qual a opinião dos concorrentes sobre a privatização da Petrobras e o desmonte da estatal nas duas cidades.
Considerando os discursos na campanha eleitoral e o plano de governo submetido ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apenas quatro candidatos das duas cidades se posicionaram sobre o assunto. Da capital amazonense, Gilberto Vasconcelos (PSTU) e Zé Ricardo (PT) demonstram ser contrários à privatização da companhia.
No estado, além da tentativa de venda do Polo do Urucu, que fica no município de Coari (AM), a atual gestão rifa duas termelétricas da Petrobras: a de Tambaqui e a de Jaraqui, que geram energia elétrica a boa parte da capital amazonense, além da Reman e do terminal de Manaus.
Em 20 de outubro, o candidato do PSTU, Gilberto Vasconcelos, gravou um vídeo em que adere à campanha contra a privatização e critica a venda do maior campo de Petróleo terrestre do Brasil, que é responsável pelo abastecimento de gás na Amazônia e em parte do Nordeste. O candidato lembrou os prejuízos que poderão ser causados, como aumento do gás de cozinha e do preço da gasolina e do diesel nos postos.
Ainda antes de a campanha eleitoral se iniciar oficialmente, em 28 de junho, o deputado federal e hoje candidato à prefeitura de Manaus, José Ricardo (PT), declarou à imprensa que “é lamentável” o fato de a Petrobras pretender deixar a região. “É a política de privatização e entreguismo do governo Bolsonaro”, disse. Zé Ricardo também gravou vídeo para a campanha impulsionada pelo Sindipetro.
Os demais candidatos manauaras, Alfredo Nascimento (PL), Capitão Alberto Neto (Republicanos), Chico Preto (Democracia Cristã), Coronel Menezes (Patriota) e David Almeida (Avante), além de Marcelo Amil (PCdoB), Ricardo Nicolau (PSD) Romero Reis (Novo), não fizeram declarações sobre a privatização da estatal.
Já em Belém (PA), novamente apenas dois candidatos se manifestaram contra a privatização da Petrobras: Edmilson Rodrigues (PSOL) e Cleber Rabelo (PSTU). No plano de Rabelo, por exemplo, consta a defesa da estatização de “100% das grandes empresas como a Petrobras”. Em discurso do dia 20 de outubro, o candidato também criticou a saída da Transpetro, subsidiária da Petrobras, do Terminal de Belém, o que poderia gerar desemprego e diminuição da arrecadação de impostos municipais e estaduais.
O candidato do PSOL, Edmilson Rodrigues, por sua vez, se posicionou nas redes sociais ainda em agosto deste ano, quando aderiu à campanha “Petrobras fica na Amazônia”. A campanha visa à mobilização da sociedade brasileira em prol da manutenção do Polo do Urucu (AM) como ativo estatal.
Os demais candidatos de Belém, Cassio Andrade (PSB), Everaldo Eguchi (Patriota), Guilherme Lessa (PTC), Gustavo Sefer (PSDB), Jair Lopes (PCO), Jerônimo Sousa (PMB), Mário Couto (PRTB), Priante (MDB), Thiago Araújo (Cidadania) e Vavá Martins (Republicanos), não se posicionaram sobre o tema.
É urgente que os candidatos a essas prefeituras se pronunciem. A gestão Castello Branco/Bolsonaro prossegue com o seu plano de venda dessas unidades na região. Sabe-se, porém, que os prejuízos ficarão principalmente sobre as costas da população amazônica. O recente exemplo do apagão do Amapá demonstra o preço da privatização de atividades essenciais, além do descaso do atual governo com os serviços básicos na região Norte.
É preciso que os candidatos e partidos políticos se posicionem ao lado da população, denunciem o entreguismo do governo federal e a histórica relação colonial que se mantém no Brasil: a região Norte fornecendo recursos naturais ao Centro-Sul enquanto o povo amazônico fica com prejuízos econômicos e socioambientais.
O voto da categoria petroleira deve ser de apoio a candidatos(as) e partidos comprometidos com a defesa da Petrobras e do patrimônio brasileiro! Não apoie quem se omite ou ajuda Bolsonaro a privatizar e atacar a classe trabalhadora!