Depois da categoria petroleira se expor à pandemia de Covid-19 em Urucu (AM), a companhia vem retribuindo com uma série de absurdos: pagamentos atrasados, promessas não cumpridas e desinformação. A partir de 1º abril de 2020, a empresa criou uma escala diferenciada, passando de 14×21 (14 dias de trabalho por 21 de descanso) para 21×21, com a promessa de pagar o excedente de dias. Mas, na prática, esse foi só o início de uma série de desmandos do setor de RH da empresa em desfavor dos trabalhadores.
Ainda naquele mês, a Petrobras também indicou que pagaria horas extras a um grupo que mora fora do estado do Amazonas e que, por isso, antes de embarcar, passaria sete dias de confinamento no hotel para quarentena. Mas, logo na sequência, começou o discurso de que estes dias seriam pagos em regime administrativo. Junto disso, o RH da empresa criou o chamado Plano Resiliência, a partir do qual as horas extras dos meses de abril, maio e junho seriam pagas apenas em setembro. Ou seja: logo de início, o acordo era rompido.
A categoria, então, trabalhou todos esses meses sem receber suas Horas Extras (HEs). E a empresa seguiu criando problemas. Para alguns trabalhadores, por exemplo, que haviam recebido horas extras de julho, o RH fez um desconto indevido no contracheque seguinte, retirando o valor que já havia sido pago. De maneira geral, a categoria só vai receber as horas extras neste mês de outubro, 30 dias depois do prazo. Por fim, como a nova gestão não faz contracheques de ajuste, os trabalhadores seguem penalizados.
Penalizados, na verdade, duas vezes. Primeiramente, porque petroleiros e petroleiras ficaram sem parte do salário daquele mês e, também, porque receberão os valores 30 dias depois, no salário seguinte, frustrando expectativa criada e eventuais compromissos financeiros assumidos .
Para completar a situação lamentável, no contracheque, as horas extras vêm sendo pagas de maneira “estranha”, já que não aparecem os reflexos, como a contribuição do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e repouso semanal remunerado. No caso do pessoal da ISC, a informação que chegou ao Sindicato é que este setor sequer recebeu o pagamento dessas HEs.
Em resumo, é completa a incompetência e o sucateamento do RH da Petrobras no âmbito da UN-AM. Com isso, a categoria é desrespeitada diariamente e ao final do mês, quando não recebe o que lhe é de direito. O assunto foi pautado por semanas a fio nas reuniões entre o Sindipetro PA/AM/MA/AP e o RH que atende a região, mas sem o menor avanço. Sem resultado, o sindicato será forçado a protocolar denúncia em órgãos como o Ministério Público do Trabalho (MPT).
A gestão bolsonarista da Petrobras escancara cada vez mais que seus inimigos são os/as trabalhadores/as e a própria empresa que dirigem. É preciso dar um basta a toda esta situação absurda. Com unidade, organização e luta da categoria enfrentaremos estes desmandos!