EMPRESA PRIVADA ENVOLVIDA EM CORRUPÇÃO QUER COMPRAR URUCU!

Declarando ter “apetite para crescimento”, a Eneva, que atua no setor energético, anunciou, segundo notícia do Valor Econômico de 12/08, que o grupo tem interesse comprar os ativos de Urucu e termelétricas a gás.

No estado do Amazonas, emergem denúncias de que a empresa atua nos bastidores para viabilizar a venda. Corrupção, improbidade administrativa e relações espúrias estão entre as entre os fatos relatados.

Os esquemas vão da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) à Eneva. Segundo reportagem do jornal A Crítica de 26/07, a empresa Criae Design e Publicidade foi contratada, sem licitação, pelo parlamento estadual, para um contrato de R$ 9,5 milhões. O processo irregular foi feito durante a gestão do deputado Josué Neto (PRTB) à frente da Casa. A agência de publicidade, por sua vez, recebeu pagamentos da empresa Azulão Geração de Energia S.A., que é controlada pela Eneva e comprou o campo de mesmo nome, vendido em 2017.

Mas as irregularidades pioram. Ainda segundo a publicação, um dos sócios da agência Criae é o empresário Orlando Coimbra Neto, amigo do deputado Josué Neto. O deputado foi autor do projeto de lei que acaba com o monopólio da Cigás na comercialização e distribuição de gás natural no Amazonas, abrindo o mercado para outras empresas do setor energético, a exemplo da própria Eneva. Fica cada vez mais claro que a Eneva pode estar influenciando parlamentares de maneira ilegal, manipulando a legislação para alimentar seu “apetite de crescimento”.

Não fosse o bastante as intervenções da Eneva, reportagem de A Crítica também demonstrou várias outras irregularidades no contrato da Criae com a Assembleia Legislativa. Dentre elas, está a emissão de uma nota de empenho de R$ 8,7 milhões, além de uma ordem bancária em favor da Criae no valor de R$ 379 mil. Tudo feito antes mesmo do contrato ser oficializado no Diário Eletrônico da Casa, o que é completamente ilegal.

Documentos também demonstram que a empresa de publicidade Criae superfatura cobranças feitas à Aleam. Um anúncio de TV com duração de 60 segundos que, no mercado, custa R$ 1,5 mil, foi faturado no valor de R$ 11,2 mil, seis vezes mais que o valor do produto. A empresa sequer possui certificação para participar de licitações.

Não são poucos os indícios de que o processo de privatização de Urucu pode estar envolvido num esquema suspeito para a “vitória” da Eneva. No banquete da entrega das riquezas da Amazônia, muitos agentes espúrios estão chegando com grande “apetite”.

Todos à luta contra a venda do Urucu!

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