Depois de restringir a divulgação de dados sobre a Covid-19 no Sistema Petrobras, o presidente da companhia, Castello Branco, e os gestores de Estrutura Organizacional de Resposta (EOR) e do RH implantam protocolos de relaxamento do isolamento social. Além de apostar na desinformação, a empresa contraria a opinião de especialistas e cientistas.
Nesta terça-feira (9/6), diante da irresponsabilidade da empresa, a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) protocolou ofício na Petrobras em que denuncia as medidas equivocadas que vêm sendo tomadas, além de exigir atendimento imediato às demandas para garantir a segurança dos trabalhadores em risco.
No documento, a FNP contesta a insistência da Petrobras em descumprir liminares judiciais, gastando dinheiro público em advogados e administradores para esconder os números reais da pandemia dentro da empresa. Como resultado, coloca em risco a vida de milhares de empregados.
“Acreditamos ser despropositado e prematuro o desvio de foco de gestores e técnicos, que deveriam estar preocupados em combater a pandemia e não ansiosos e exultantes em implantar novas formas de exploração, ‘que vieram para ficar’ no ‘novo normal’, seja lá o significado do termo para estes prepostos”, denuncia o ofício da FNP.
Ainda no ofício, a FNP criticou as reuniões semanais, conduzidas pelos gestores da Petrobras, que são usadas apenas para cumprir um rito institucional, mas que não atendem ao seu propósito inicial de mediar acordos que beneficiem os empregados. São encontros com informes “lacônicos e preguiçosos, dedicados a ‘cumprir tabela’ para transparecer para a categoria e para a Justiça a ilusão de que existe algum diálogo com os sindicatos”, destaca o documento.
FNP EXIGE BOLETINS EPIDEMIOLÓGICOS SOBRE A COVID-19
Seguindo a receita bolsonarista, a gestão de Castello Branco esconde os dados reais de Covid-19 no Sistema Petrobras. É preciso, antes de tudo, que sejam elaborados boletins epidemiológicos sérios, com o acompanhamento dos trabalhadores, para que sejam elaboradas medidas de proteção à vida dos petroleiros e seus familiares. Além dessa demanda, que é básica em meio à pandemia e às constantes ameaças de redução salarial e demissões, a FNP exige esclarecimentos e medidas emergenciais sobre diversos outros pontos:
1 Não à demissão de terceirizados, especialmente os que pertencem a grupos de risco;
2 Elaboração de planos de horário reduzido, teletrabalho e acordos individuais;
3 Transferência dos empregados cedidos à Transpetro;
4 Revisão da NT 28 (Ver mais no verso) Criação de uma gerência de recrutamento e seleção Com informações da FNP.