IGNORANDO OS DADOS DA DOENÇA, GOVERNADORES DA AMAZÔNIA FORÇAM RETORNO A ATIVIDADES

Apesar do número de casos e mortes por Covid-19 não terem recuado, os governos do Amazonas, Maranhão e Pará seguem com seus planos de reabertura do comércio não essencial. Segundo boletins das secretarias de saúde, apenas nesta quinta-feira (4/6) foram computados 3 mil novos casos da doença em Belém (PA) e 4,2 mil em Manaus (AM). Governantes de todo o Brasil iniciaram uma operação para mascarar os dados sobre a doença, noticiando que o pico da epidemia acabou. Mas, nas cidades, nas periferias e comunidades, a população sabe que a doença segue matando.

Desordem pública: números de casos e óbitos continuam elevados nos estados mais afetados (Foto: Coordenação de Comunicação Social/Prefeitura de Belém).

Em primeiro lugar, casos e mortes não tiveram redução considerável. E o gráfico segue subindo. No Amazonas, já são 46 mil pessoas com a doença e 2.183 óbitos. Já no estado do Pará, 48 mil casos e 3.416 mortes. Isso falando apenas dos dados oficiais, disponibilizados pelas secretarias de saúde, fora as pessoas não notificadas, que não passam pelos testes ou que tiveram o novo coronavírus mas não manifestaram sintomas.

No estado do Maranhão, por sua vez, são 40 mil casos confirmados e pouco mais de mil mortos. Apenas nesta quinta-feira, dia 4/6, foram notificadas outras 2.685 pessoas doentes. Assim, os estados do Pará, Maranhão e Amazonas mostram dados semelhantes, revelando que a epidemia segue acelerada na região amazônica.

Há uma semana, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), lançou o programa “Retoma Pará” como uma reabertura responsável dos variados segmentos do estado. Na prática, é uma peça publicitária cujo objetivo é
mascarar mortes entre a população, atendendo exclusivamente aos interesses dos empresários.

Diante da continuidade das mortes e casos da doença, em que governadores seguem a receita do presidente Jair Bolsonaro de ignorar as vidas perdidas, é preciso que se retomem as medidas de isolamento. É preciso ampliar a quarentena por outros 30 dias, protegendo a população.

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