A direção do Sistema Petrobrás, sob a gestão de Bolsonaro/Castello Branco, se aproveita da crise sanitária do coronavírus para encobrir sua má gestão, que hoje colhe os prejuízos da política entreguista. As escolhas feitas quanto aos desinvestimentos, à política de preços de paridade de importação (PPI) e à concentração de todos os investimentos na exploração e produção amargam enormes prejuízos com a recente guerra comercial entre Rússia e Arábia Saudita.
Não apenas não mudam suas diretrizes como as aprofundam ao criar um Comitê de Crise que, junto ao RH, tem pautado sua atuação falaciosa em três eixos, os quais aqui contestamos:
1) Recusa em tomar as medidas na velocidade e abrangência necessárias para combater a Covid-19.
2) Oportunismo covarde, valendo-se do momento para aplicar punições, retirar direitos, reduzir salários e avançar no Desinvestimento.
3) Recusa à negociação com os trabalhadores, implantando medidas erráticas e unilaterais.
Essas atitudes, priorizando o enriquecimento de sua alta hieraquia e acionistas, em detrimento ao atendimento da população no que lhe é mais necessário e urgente – produção de gás de cozinha subsidiado, gasolina para ambulâncias, diesel para o transporte de alimentos e geradores de hospitais, ajudar na fabricação de ácool gel e farmacêuticos etc., poderá:
– transformar a Petrobrás em um vetor de disseminação do coronavírus por um lado e, por outro, adoecer seus próprios trabalhadores e comprometer inclusive sua continuidade operacional.
Desobedecer Bolsonaro e Castello Branco para salvar vidas
Nós trabalhadores só temos a arma da mobilização, contra os poderes constituídos. Não podemos depositar esperança na boa-vontade dos patrões, nas ações dos governos (e, neste caso, menos ainda!) ou na justiça do Legislativo ou do Judiciário, ainda que estejamos desde o primeiro atuando em todas estas frentes.
Queremos esclarecer à sociedade que a política destes gestores pode levar a Petrobrás a parar, a milhares de empregos perdidos, a dificultar ainda mais o combate à Covid-19.
Atenção para o refrão!
“É preciso estar atentos e fortes”, pois a luta segue sendo necessária e urgente. Estamos construindo as formas de mobilização junto e contando com a categoria petroleira para pôr pra fora da empresa e do governo aqueles que entregam o patrimônio do país e do povo!
O único jeito de mitigar a catástofre em curso e defender nossos irmãos operários covardemente demitidos certamente não é arriscando nossas vidas e corroborando esta política que conspira contra o povo brasileiro.
Precisamos disputar o projeto de Petrobrás contra a Alta Administração a serviço de Bolsonaro que nos empurrará para um beco sem saída.
Ou temos um plano de contingência negociado de verdade, ou, daqui a alguns dias, os trabalhadores não terão mais condições de trabalhar, com doentes em casa, parentes falecidos, tendo sua vida e empregos em risco, numa escala sacrificante, com punições e salário reduzido.
De panelaços à greve sanitária, passando por direito de recusa, ações judiciais e articulações políticas, utilizaremos todos os recursos disponíveis, inclusive a ratificação de nosso Estado de Greve, como forma de reforçar unidade e dar um recado aos patrões e a toda a sociedade que vamos LUTAR PELA VIDA, EMPREGO E DIREITOS, contra a privatização e por uma PETROBRÁS ESTATAL!
Mas estas propostas, bem como outras neste sentido, requerem rediscutir, setorial e nacionalmente, qual será nossa forma de luta, em meio à pandemia. Uma mobilização neste momento deve ser encarada justamente como a forma de defender a vida dos brasileiros. Ressignificar o sentido da luta e inclusive da greve, pois o cenário é totalmente novo para toda categoria. Estamos propondo um convite, sejamos criativos, envolvendo todos os trabalhadores, para pensar as novas formas e apontar os próximos passos da resistência diante dos ataques.
É esta elaboração que queremos construir com os companheiros de cada setor, principalmente quem ainda está fisicamente no front das atividades na empresa.
Assim, convocamos reuniões setoriais para ajudar nesta construção e, a partir daí, organizar regional e nacionalmente os petroleiros.
FNP – Federação Nacional dos Petroleiros