DESASTRE NA TV

Depois de permitir que o COVID-19 se espalhasse pelo Brasil, deixando a população perdida em meio à pandemia, Jair Bolsonaro (sem partido) decidiu fazer um pronunciamento de rádio e TV na última terça (24/03): nada mais desastroso! Como se tornou habitual, inventou informações, deturpou orientações e usou o espaço presidencial para humilhar a população pobre que mais sofrerá com a epidemia. É importante sabermos: a conta que virá será pesada demais!

O pior do discurso presidencial foi afi rmar que a população só tem duas escolhas: ou as vidas perdidas com o coronavírus ou as vidas perdidas com a recessão que virá. O discurso é perverso. Primeiro porque essa é uma falsa escolha. É perfeitamente possível o governo adotar o isolamento social (solução utilizada em todos os países) para evitar o coronavírus e, ao mesmo tempo, encontrar soluções para fazer a economia se estabilizar.

Essa solução, porém, iria contrariar a cartilha de Paulo Guedes, que sempre pregou que o mercado dá conta dos problemas da população – e o Estado é mero espectador. Vemos que, na prática, é o SUS, sistema público, que atende a população nos momentos de necessidade. Governos dos Estados Unidos, França e Reino Unido criam estratégias para o Estado lidar com a crise. Mas Paulo Guedes acredita que a única solução é cortar mais direitos.

Assim, ao invés de permitir que a população se proteja, diminuindo o número de mortes, Guedes e Bolsonaro apostam na confusão à serviço do mercado. Dizem que é preciso retornar ao trabalho, repetindo o discurso dos bilionários que lhes apoiaram. Nada mais desumano! Eles não querem preservar vidas, querem preservar lucros. Eles não querem uma economia forte, querem que as grandes empresas estejam fortes. Hoje são 77 mortos. E amanhã, quantos serão?

O discurso na TV, cheio de piadinhas, mostra que Bolsonaro é o verdadeiro disseminador do vírus da ignorância. Nos bastidores do Palácio do Planalto, comenta-se que, de última hora, Bolsonaro mudou o discurso a pedido de seus fi lhos. O pronunciamento que deveria ser de conciliação virou uma guerra e racha no meio da crise. O discurso que, como sabemos, foi só a gota d’água para comprovar: fora, Bolsonaro!

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