A greve nacional petroleira iniciada em 1º de fevereiro se fortalece a cada dia e ganhará agora o importante reforço das unidades do Sistema Petrobras do Amapá, Amazonas, Maranhão e Pará. Em rodada de assembleias realizadas ao longo desta semana, o conjunto dos/as trabalhadores aprovou a entrada da base do Sindipetro PA/AM/MA/AP no movimento grevista brasileiro.
O quadro nacional atualizado na quarta-feira (13/02) aponta para mais de 110 unidades na greve em 13 estados. São 50 plataformas, 11 refinarias, 23 terminais, 7 campos terrestres, 5 termelétricas, 3 unidades de tratamento de gás, 1 usina de biocombustível, 1 fábrica de fertilizantes, 1 fábrica de lubrificantes, 1 usina de processamento de xisto, 2 unidades
industriais, além de 3 bases administrativas mobilizadas.
Os/as petroleiros/as estão unificados nacionalmente para barrar as privatizações no Sistema Petrobras e defender os empregos e os direitos. Mesmo após absurdas decisões monocráticas (de um único magistrado) no Tribunal Superior do Trabalho e no Supremo Tribunal Federal, determinando 90% de presença do efetivo nas unidades, multa aos sindicatos com bloqueio de contas, a categoria segue aumentando a mobilização enquanto a assessoria jurídica se ocupa das questões legais da greve.
A direção bolsonarista da Petrobras, desesperada com a maciça adesão dos trabalhadores, tenta a cada dia uma nova medida para quebrar o movimento. Entre elas, ameaças de desconto dos salários, contratação de trabalhadores temporários (inclusive aposentados) e, por último, o pagamento adiantado de um suborno aos pelegos fura-greve chamado Programa de Prêmio por Performance (PPP). A gestão Castello Branco têm o governo, o judiciário, as ferramentas de gestão empresarial e o silêncio da mídia a seu favor.
Nós temos nossa união e o nosso trabalho, que é o que gera o lucro para a Petrobras. Agora vamos em busca do apoio da classe trabalhadora e de toda a sociedade para conquistar a vitória e garantir os empregos, nossos direitos e a Petrobras estatal e soberana a serviço do povo. Viva a greve nacional petroleira!
CATEGORIA VENCE PRESSÃO E ASSÉDIO DE GERENTES
Para evitar que gerentes antiéticos influenciassem nas assembleias sobre a greve, a direção do sindicato impediu que ocupantes de cargo de confiança tivessem direito a voto. O conflito de interesses da situação deveria evitar, por óbvio, que estas pessoas sequer se dignassem a tentar participar das votações.
Mas como cobrar vergonha na cara de vendilhões que enchem o bolso enquanto colaboram com a gestão que quer privatizar a Petrobras?
Assim, foi necessário expulsar dezenas de gerentes e asseclas que tentaram invadir a sede do Sindipetro em Manaus, em 11/02, para desequilibrar a votação e coagir os presentes numa das assembleias. De maneira firme, a diretoria do sindicato os expulsou da casa dos trabalhadores.
Outro episódio lamentável foi a ameaça que o gerente de Suporte Operacional (Sop) da UM-AM ameaçou uma diretora do sindicato com o dedo em riste, dizendo “ – Cuidado…”. O episódio está gravado em vídeo e se necessário será utilizado nas devidas esferas. O covarde ouvia quieto a fala de um outro diretor, mas como machista que é achou que poderia intimidar a companheira por ser mulher.
Mesmo com toda essa tentativa de intimidação, a categoria votou em peso pela greve e contra o assédio gerencial. Esta histórica categoria tem coragem de lutar pelos seus direitos e não abaixa a cabeça para gerentes
nem governos privatistas.