TRABALHADORES DOS CORREIOS EM GREVE

Contra a privatização dos Correios, trabalhadores da empresa entraram em greve por tempo indeterminado na noite da última terça, 11 de setembro. Pela primeira vez, a paralisação foi aprovada simultaneamente na base dos 36 sindicatos da categoria em todo o Brasil, com forte adesão em todos os estados. A pauta do movimento grevista inclui também a negociação de um Acordo Coletivo de Trabalho justo para os trabalhadores.

Pela primeira vez, trabalhadores de 36 sindicatos dos Correios aderiram à greve (Foto: CSP Conlutas).

As assembleias tiveram participação significativa dos empregados. Em campanha salarial, a categoria reivindica reajuste salarial pela inflação de 3,43%, além da manutenção de direitos básicos, como o reajuste do vale alimentação e plano de saúde para os pais e mães dos funcionários. Mas, assim como no caso da Petrobras durante a negociação do ACT 2019, a direção dos Correios aplica uma receita de intransigência.

Apesar da mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST), a empresa ignora os trabalhadores: já são mais de 40 dias sem reuniões com as direções sindicais. Na prática, é uma antiga fórmula para pressionar a categoria a aceitar a redução do salário e de outros benefícios historicamente conquistados. Um desrespeito ao segmento que já amarga a pior remuneração entre as estatais federais.

Seguindo a orientação de Bolsonaro e Paulo Guedes, a direção da empresa quer modificar 19 cláusulas do acordo coletivo – excluindo, por exemplo, a responsabilidade em acidentes de trânsito, além do tíquete extra, o vale-cultura e, por fim, a redução do adicional noturno de 60% para 20%. Com a greve, embora pressionados, os trabalhadores expõem a agenda ultradireitista do atual governo. E mais: servem de exemplo a outras categorias.

“Fazemos um chamado amplo à unidade com todos os trabalhadores das demais estatais que também estão sob a mira de Bolsonaro e Paulo Guedes, que já disseram que pretendem privatizar tudo. Uma forte luta unificada pode enfrentar e derrotar este governo”, apoiou o dirigente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares, Geraldinho Rodrigues.

Com informações da CSP-Conlutas

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