A poucas semanas do fim do acordo coletivo atual, a direção da Petrobras lançou, no dia 8/8, uma terceira contraproposta para o ACT 2019, mas manteve as cláusulas rebaixadas anteriores. Não há nada de novo: retirada de nossos direitos, reajuste longe de sequer repor a inflação e uma tentativa de aplicar a Reforma Trabalhista.
Os mais duros ataques das propostas anteriores em relação ao acordo atual seguem intactos. Nas horas extras, baixar o valor pagamento regimes especiais para 75% e 50% para o regime administrativo. O pagamento extra de “trabalho na folga” (exceto fim de semana e feriados), “treinamento” e “viagem a serviço” também em apenas 50%.
Por mais que se esforce em dizer que atende às reivindicações da categoria, a direção da Petrobras mantém o termo “descontinuidade”: quer tirar o adicional do Estado do Amazonas gradativamente até 2023.
No ponto sobre Assistência Multidisciplinar de Saúde (AMS), tenta implantar a Resolução 23, mudando o custeio do plano dos atuais 70×30 para 65×35 já em 2020. O objetivo é chegar aos 50×50, aumentando ainda mais a responsabilidade dos trabalhadores no financiamento do plano.
Ainda estão mantidas na proposta o não pagamento do adiantamento do 13º salário em fevereiro, a mudança dos 2/3 do adicional de férias para forma de abono, deixando de contribuir para o FGTS e Petros.
A gerência de Gestão de Pessoas propõe ainda, na minuta, a exclusão das cláusulas que garantem o desconto de contribuições assistenciais aos sindicatos e o fim das liberações sindicais integrais e pontuais, enfraquecendo a representação da categoria.
O recado está dado: tornar insuportável a vida do/a trabalhador/a e minar o futuro da companhia para entregá-la ao mercado.
Não passarão!
Gerentes pressionam trabalhadores/as
O governo da ultradireita começa a cobrar a conta dos seus “cargos de confiança” dentro da Petrobras. Após a apresentação da 3ª proposta para o ACT, a alta administração colocou a gerentada para convocar a força de trabalho em busca de voto favorável.
O roteiro muda de um lugar a outro, mas entre outras táticas, busca apresentar um cenário sombrio sobre a situação da Companhia.
Além disso, a orientação é facilitar que trabalhadores/as que não costumam comparecer nas assembleias participem para levantar o braço a favor.
Por fim, a ameaça de que a partir de 31 de agosto serão tirados todos os direitos e ficaríamos apenas com a CLT.
A grande resposta que podemos dar para essa tentativa de intimidação é encher ainda mais as assembleias, dar um grande NÃO à destruição do ACT e à privatização.
Ainda mais importante é deixarmos bem clara nossa disposição de fazermos uma forte greve como a de 1995 e 2015! Nenhum direito a menos!