Governadores do nordeste, de oposição ao governo, ou conforme disse Bolsonaro, “de paraíba”, estão a favor do povo, correto? Infelizmente nem sempre “o inimigo do inimigo é nosso amigo”.
No caso do que foi ofendido como “o pior é do Maranhão”, Flavio Dino (PC do B), menos de um mês depois do flagrante da fala do presidente protagonizou um episódio que o faria mudar de ideia e até aplaudi-lo.
Nas primeiras horas da manhã de 12 de agosto, as famílias da comunidade tradicional de pescadores do Cajueiro, em São Luís (MA) foram tratados com truculência pela polícia militar comandada pelo governo do Estado.
Existem registro de moradores residindo há cerca de cem anos no local, inclusive com escritura pública condominial, o que reconhece a tradicionalidade da comunidade, com reconhecimento, em 2014, de seu direito ao território.
“O local pertence ao grupo das 164 Áreas Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade nas Zonas Costeira e Marinha nacionais, sendo reconhecida como Área Prioritária para a Conservação de Mamíferos Marinhos. A região, rica em recursos hídricos, é formada por manguezais, babaçuais, brejos, igarapés e nascentes”, conta reportagem do projeto Colabora.com.br.
No entanto, em 2018, o governador editou um decreto de desapropriação da área em favor da WPR São Luís Gestão de Portos e Terminais Ltda. A medida visa à construção do porto privado na praia de Parnauaçu, ampliando o escoamento do minério de ferro da Vale. A WPR passou, desde então, a propor ações no judiciário para o despejo.
Desde então, moradores denunciam que a empresa passou a coagi-los para que aceitassem baixas indenizações, do contrário suas casas seriam derrubadas, além de diversas outras ações de intimidação por parte de seus seguranças constantemente presentes no local.
Vergonhosamente, Dino se curva aos interesses geopolíticos de alinhamento com a China (grande compradora das commodities) e de outros capitalistas em detrimento do povo.