A Província do Urucu (AM) está repleta de denúncias da precarização do trabalho cada vez maior – tanto de trabalhadores próprios quanto terceirizados. Um dos casos mais absurdos é servido à mesa: péssimas refeições distribuídas à categoria, apesar do contrato com a fornecedora alimentícia prever produtos de qualidade.
“Além de tudo, o preparo dos alimentos está deixando a desejar. O tempero está horrível. O café da manhã, uma lástima”, denuncia Lourival Júnior, diretor-secretário do Sindipetro, que realizou visita ao Urucu na última semana. “O problema é que a fiscalização desse contrato [fornecimento de alimentação] precisa ser melhor administrado.”
Para o diretor-secretário, uma das causas do problema é a terceirização também da fiscalização do contrato. Esse é mais um dos motivos da precarização nas operações de campo, como o lançamento de PIG, que vem sendo executado por empresas privadas. “Trata-se de operações-fim que deveriam ser realizadas por trabalhadores próprios”, diz Lourival.
A terceirização foi um dos fatores da morte, em 2010, de Damião Ferreira de Lima, vítima de acidente durante operação de PIG, uma vez que as empresas contratadas não garantem treinamento adequado aos trabalhadores.
“Por isso, essas atividades devem ser inteiramente de responsabilidade da gerência da Operação da Produção e Manutenção e devem ser realizadas por trabalhadores devidamente habilitados e qualificados para a sua realização”, completa o diretor-secretário.
Potencial segue desrespeitando a legislação trabalhista
Outro tema acompanhado pelo Sindipetro é o caso da Potencial, prestadora de serviços de manutenção no Urucu, que está há três anos sem conceder reajuste a seus trabalhadores. A gerência da contratada promete resolver a questão até o fim do mês, mas os prepostos manifestaram interesse em “negociar” o aumento em troca da redução do piso dos empregados. Isso é um absurdo!
A gerência responsável por este contrato, por sua vez, diz que não tem responsabilidade sobre a defasagem salarial, mas sabemos que essa não é a realidade. Além disso, trabalhadores da empresa deveriam receber um bônus por conta da participação das paradas anteriores na unidade, mas o adicional também não vinha sendo pago até o início deste ano, como denunciado pelo Sindipetro.
A Potencial tem um longo histórico de abusos contra seus trabalhadores. Vamos seguir cobrando e pressionando pelo cumprimento do que é devido aos companheiros contratados. Somos todos petroleiros!