Como vem dizendo desde a campanha, Bolsonaro pretende “tirar o Estado do cangote” do setor patronal. Sem qualquer coincidência, grandes grupos empresariais do país o apoiaram em peso na eleição.
Foram eles que bancaram, via caixa dois, como vem sendo comprovado, uma máquina profissional de disparo em massa de mensagens falsas e apócrifas contra adversários.
Agora, já no governo, Bolsonaro vai pagando a dívida com a burguesia. Além do ataque ao direito à aposentadoria que insiste em tentar aprovar, seguidamente tem sido lançadas medidas de redução de direitos.
Nos últimos tempos, podemos destacar a portaria da Secretaria especial de Previdência e Trabalho, assinada em 18/06, que ampliou para mais 78 setores da economia a exploração do trabalho aos domingos.
Até então, para alguns ramos que esta escala era permitida, como o comércio, era necessária autorização do ministério ou um acordo específico com os sindicatos, prevendo, por exemplo, que as horas do domingo fossem pagas como extras. Aberta a porteira, a tendência é que sejam reduzidos ainda mais os direitos destas categorias já precarizadas.
O secretário que assinou a portaria, por sinal, é Rogério Marinho (PSDB/RN), ex-deputado que relatou a Reforma Trabalhista com a mesma promessa que faz agora: “Muito mais empregos!”. A legislação que rasgou a CLT está prestes a completar dois anos de aprovação e os números mostram que o desemprego aumentou no período.
Semana passada, ao anunciar a revisão das Normas Regulamentadoras (NRs), o deputado Jerônimo Goergen (PP/RS) confirmou reunião com o governo para enfraquecer a proteção à saúde e segurança do/ trabalhador/a e escancarou sua visão sobre o tema: “(…) as NRs tem impedido o avanço econômico, a geração de emprego, o trabalho das empresas, vem penalizando os setores econômicos”.