A direção da Petrobras no governo Bolsonaro tem se caracterizado por ter como centro o ataque aos direitos dos/as trabalhadores/as. Para piorar, o objetivo transcende as fronteiras nacionais, caso do anúncio, no fim de abril, da demissão de até 94 empregados pela MontevideoGas, subsidiária da empresa no Uruguai. A Petrobras anunciou sua saída do país.
A justificativa, lamentavelmente familiar para nós em tempos recentes, é que a companhia “precisou implementar, a partir de 2018, um plano de corte de custos. Entre as ações, está a redução de despesas trabalhistas, que têm peso elevado nos custos operacionais”.
Desde então, os companheiros tem dado uma grande batalha para garantir os postos de trabalho. Logo em seguida ao anúncio das demissões, os trabalhadores ocuparam (26/04) a sede da empresa, saindo apenas após ordem judicial. Dos 164 funcionários, 140 são filiados ao sindicato da categoria. Em 1º de maio, três trabalhadores iniciaram uma greve de fome que durou 28 dias.
No dia 14 do mesmo mês, a direção da MontevideoGas puniu 53 trabalhadores que participaram da ocupação com 14 dias de suspensão e demitiu 11. No dia 22 de maio, houve uma greve geral na capital uruguaia em apoio aos trabalhadores do gás.
Em junho, no dia 10, começou uma greve na empresa. Até o fechamento desta edição o movimento se mantém. O sindicato propôs um acordo que mantenha os empregos até fevereiro de 2020, prazo para que a Petrobras negocie sua saída do país com o governo uruguaio.
A CSP-Conlutas enviou moção de apoio assinada por dezenas de sindicatos, reafirmando seu apoio à luta dos funcionários da MontevideoGas, exigindo que “o controle da empresa seja responsabilidade dos trabalhadores, principalmente porque há muitas razões para que o serviço público de gás natural passe imediatamente às mãos do Estado, sob controle operário”.