Um trabalhador caldeireiro, de 59 anos, foi vítima da má fé da Potencial Engenharia, empresa terceirizada que atua na Província do Urucu. Em dezembro do ano passado, na antevéspera de seu embarque para o Urucu, ele procurou o serviço médico em Manaus (AM). No hospital, o ortopedista lhe diagnosticou com bursite, conferindo a ele um atestado médico de 15 dias.
Na sede da Potencial, porém, o trabalhador foi desacreditado. A empresa procurou o hospital para confirmar o atendimento médico. No estabelecimento, funcionários confirmaram que o trabalhador realmente foi atendido por lá. Mesmo assim, ainda não satisfeitos, representantes da Potencial procuraram um diretor financeiro do hospital, que confirmou o vínculo do médico, mas afirmou que o profissional estava de folga naquele dia.
Assim, o diretor redigiu documento relatando o caso, o que deu ensejo para que a terceirizada considerasse o atestado falso. Por fim, a Potencial Engenharia comunicou a demissão do caldeireiro por justa causa.
O trabalhador reagiu: foi ao hospital, encontrou o médico e exigiu explicações. Por conta própria, descobriu o que havia acontecido na verdade. De fato, o ortopedista não estava de plantão naquele dia, mas como acompanhava um residente seu, tinha ido ao hospital e realizou o atendimento do caldeireiro, não cometendo irregularidade funcional alguma. O médico emitiu documento, então, explicando a situação ocorrida.
Mas a explicação não foi suficiente para a Potencial. Comunicado sobre o caso, o Sindipetro cobrou explicações do setor de fiscalização de contratos e do gerente da Potencial, mas as respostas foram insuficientes e a empresa manteve a decisão intransigente de demitir por justa causa do trabalhador. O sindicato, então, vai garantir atendimento jurídico ao trabalhador, prestando-lhe assistência ação a ingressar na Justiça do Trabalho.
Potencial não reajusta salário há quase dois anos
No próximo mês de junho, dois anos terão sido completados sem que os trabalhadores da Potencial recebam nenhum aumento salarial ou reposição inflacionária. O Sindipetro já cobrou o setor de fiscalização de contratos e, também, a própria Petrobras, mas não há respostas até o fechamento desta edição do Boletim.
A Petrobras diz que não tem responsabilidade sobre o caso, mas sabemos que não é verdade. Além disso, os trabalhadores da Potencial deveriam receber um bônus por conta da participação da parada de unidade, mas o benefício também não está sendo pago. O Sindipetro cobra imediatas explicações da Petrobras e da Potencial, ambas responsáveis pela precarização dos trabalhadores.