Michel Temer fez a reforma trabalhista junto ao Congresso, atacando os sindicatos e os trabalhadores. Também tentou fazer a reforma da previdência, mas foi derrotado nas ruas pelos trabalhadores, na greve geral de 2017.
Com o governo Bolsonaro, a questão se agravou: a MP 873/2019 proíbe o desconto em folha de pagamento de qualquer contribuição do trabalhador ao seu sindicato. A questão é clara: se o presidente não pode vencer politicamente, vai tentar enfraquecer financeiramente os sindicatos.
Organizações em defesa dos trabalhadores sempre foram uma pedra no sapato dos governos. Getúlio Vargas, por exemplo, procurou cooptar os sindicatos. A estratégia se repetiu nos governos do PT de Lula e Dilma. Bolsonaro, por outro lado, quer destruir as organizações sindicais.
O golpe militar de 1964 é o exemplo mais firme da importância dos sindicatos – e, nesse caso, do próprio Sindipetro. No dia 1º de abril, dia do golpe, a sede do Sindicato dos Petroleiros, em Belém, foi invadida por forças militares. Naquele ano, cerca de 300 pessoas foram detidas no Brasil inteiro: estudantes, militantes e lideranças sindicais contrárias à ditadura. Dentre elas, o presidente do sindicato dos petroleiros, Carlos Sá Pereira.
A História do Brasil mostra a importância da luta sindical na defesa dos trabalhadores e, também, da democracia. Impor limites e mudar regras, como o que acontece agora, são ataques aos movimento sindical. É o governo Bolsonaro dizendo que o pior ainda está por vir. E que os sindicatos podem ser uma das últimas defesas da classe trabalhadora e da população pobre.