A Província do Urucu se tornou território sem lei: todos os dias, empregados de diversos setores denunciam o descumprimento da legislação trabalhista e desrespeito às regras da Petrobras. O histórico de precarização trabalhista é longo e piora quando se trata de trabalhadores que prestam serviço a empresas terceirizadas.
No dia 02/01, no setor de terraplanagem, um trabalhador da Vectra, ocupante do cargo de ajudante de serviços gerais, foi vítima de acidente de trabalho. Ele carregava uma saca de cimento para o maquinário que produz a “farofa” para asfaltamento. O cimento ficou preso, causando estiramento no dedo médio do empregado.
Ele foi atendido no local, mas retornou ao trabalho. Meia hora depois, sentiu fortes dores do dedo, sendo afastado. Ao invés de passar pelo setor médico da Petrobras, foi enviado ao canteiro de obras, onde um engenheiro fez um “atendimento”. Chegando a Manaus, a Vectra pediu que assinasse um documento assegurando que teria adoecido, mascarando o acidente.
A situação piorou: na Unimed, foi apontada a necessidade de uma cirurgia, mas seu plano não cobria o procedimento. Por intermédio de familiares, conseguiu o atendimento.
Do caso, há três situações gritantes: 1) a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) não foi lavrada; 2) a Vectra induziu o empregado a assinar documento que mascara o acidente; 3) o setor médico não foi comunicado, colocando sua saúde em risco.
O Sindipetro acompanha o caso e já acionou a assessoria jurídica do sindicato, que entrará com ação na Justiça do Trabalho contra a Vectra e, também, contra a Petrobras, que tem por obrigação fiscalizar contratos terceirizados, mas permite que situações absurdas como essa aconteçam.
Empregado da Potencial aguarrda por cirurgia
O auxiliar de inspeção, de 41 anos, que sofreu um mal súbito na Província de Urucu no dia 15/12/2018 ainda aguarda cirurgia. Empregado da Potencial, que presta serviços à Petrobras, ele foi internado no Hospital Rio Negro, da HapVida, diagnosticado com uma artéria obstruída. Depois de passar por uma operação complexa, sobreviveu, mas enfrentou um vendaval de descaso e risco de morte graças à Petrobras e à Potencial.
O descaso com o trabalhador, contudo, continua. Depois da primeira cirurgia e de uma via crucis para conseguir atendimento, ele foi diagnosticado com um quadro de aneurisma, exigindo a realização de novo procedimento cirúrgico.
A HapVida alegou não poder realizar a operação por conta de sua pressão arterial elevada. Só que, estabilizado o paciente, o procedimento não ocorreu. O Sindipetro acompanha o caso e exige uma avaliação séria do quadro de saúde. A vida do empregado deve ser prioridade!