EDITORIAL: 10 DIAS DE DISTOPIA

No último editorial, iniciamos com o poema “Das Utopias”, de Mário Quintana, apontando a importância de guiarmos nossos objetivos e ações pelo sonho da justiça e igualdade.

Infelizmente, passados 10 dias do novo governo, somos obrigados a constatar que a marcha dos fatos segue caminho oposto. Distopia, segundo o dicionário Houaiss, significa: “descrição de uma organização social caracterizada por condições de vida insuportáveis”.

São tantos os ataques em tão variados setores que a escolha de algum deles para comentário específico se torna uma tarefa difícil.

Vejamos: reforma da previdência, privatizações, retrocessos na educação, saída do pacto da imigração, ameaça aos povos originários (indígenas e quilombolas) e direitos civis (mulheres, negros/as, comunidade lgbtqia+, etc), nepotismo e indicações questionáveis para cargos de confiança, restrições à liberdade de imprensa e um longo etc.

O governo Bolsonaro mal começou e já assusta. O primeiro e segundo escalões estão tomados por personagens folclóricos, aliando o que há de mais ultraliberal em economia ao time do chorume conspiratório da internet sob comando do lunático Olavo de Carvalho.

Enquanto estes criam cortinas de fumaça com negações aos mais básicos pressupostos científicos como o heliocentrismo, a teoria da evolução das espécies e o aquecimento global, a equipe econômica arquiteta planos para vender o país e explorar brutalmente a classe trabalhadora, liquidando seus direitos.

Precisamos urgentemente unificar forças para resistir a este descalabro enquanto há tempo.

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