AS FERIDAS ABERTAS DA DITADURA

Passados 23 anos da chamada “redemocratização”, como ficou conhecida a transição do poder militar para o mando civil, em 1985, a sombra do regime de força volta a cobrir o país.

Ao contrário dos demais países da América do Sul, o Brasil não acertou as contas com os agentes do Estado que comandaram prisões arbitrárias, torturas, assassinatos e desaparecimento dos restos mortais de opositores à ditadura. Na Argentina, por exemplo, 200 criminosos foram condenados, incluindo ex-presidentes como o general Videla.

Em virtude deste “auto perdão” imposto pelos militares e da impunidade que os governo civis mantiveram em relação aos crimes contra a humanidade cometidos no período 1964-1985, o cadáver histórico segue insepulto.

“Aqueles que não podem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo”. A frase do filósofo espanhol George Santayana ilustra com precisão o atual momento, quando verificamos eleitores que desconhecem as atrocidades da ditadura militar apoiarem um candidato à presidência que faz apologia deste tipo de regime.

Ditadura nunca mais!

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