Trabalhadores do Campo de Produção de Urucu denunciam uma fraude no sistema de ponto eletrônico: a cada dia de trabalho em regime de hora extra, uma hora é subtraída dos trabalhadores. O esquema teria se iniciado no mês de abril.
O sistema de ponto eletrônico foi uma exigência do Ministério Público do Trabalho (MPT). Numa diligência, o MPT comprovou que as horas extras não estavam sendo pagas corretamente. E, por recomendação da Gerência de Recursos Humanos da Petrobrás, os trabalhadores foram obrigados a marcar o ponto na entrada e na saída do almoço. Até então, não havia irregularidade.
O problema foi detectado no último mês e impactou trabalhadores do regime HE1, que inclui embarques extras e em feriados nacionais reconhecidos pelo Acordo Coletivo. Segundo Lorival Júnior, diretor-secretário do Sindipetro, a cada sete dias de trabalho, por exemplo, o sistema de ponto subtrai sete horas extras de remuneração.
“O relógio registra o horário de almoço e está configurado para subtrair essa hora automaticamente. Ou seja, a Petrobrás configurou o relógio para abater essa hora”, diz o diretor, que verificou o problema em sua última visita a Urucu. “Com essa redução de efetivo que ocorreu em todas as unidades da Petrobrás, as pessoas que estão embarcando para o HE1 estão sendo lesadas nas suas horas extras”.
Trabalhadores dos setores de manutenção e operação exigem a resolução do problema imediatamente. Caso contrário, a questão deverá se tornar objeto de denúncia ao Ministério Público do Trabalho.